segunda-feira, 20 de setembro de 2010

E o amor,

Como fica? Desaparece? Não creio. Pode ser que, daqui alguns séculos, quando as crianças forem geradas em incubadeiras, as coisas se modifiquem de forma imprevisível. Por ora, acredito, que as grandes mudanças, vão ocorrer em outras direções. Uma delas, é a alteração do ideal romântico (e biblíco) da fusão de duas pessoas em uma só. As ligações amorosas contemporâneas, próprias de quem sabe, que terá que resolver sozinh suas inquietações intimas, tenderão a respeitar mais a intimidade e a individualidade dos parceiros. Aliás, a ideia de fusão, de total dependência e diluição de um no utro, sempre provocou medo nas pessoas que vivem intensas paixões. Esse caminho, o de que "quanto mais junto, melhor", não combina com a constatação, de que amor não deverá ser o único remédio para o nosso "buraco".

Flávio Gikovate. In: Revista Claudia, nov. 1994.

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